Recentemente foi noticiado com bastante ênfase na imprensa o mau desempenho dos alunos que concorrem às vagas dos cursos de pedagogia no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM. Este é um retrato preocupante não somente do nível de qualidade do ensino médio atual, mas também da perspectiva do ensino básico para as próximas gerações, já que o ensino básico é o alicerce de toda a estrutura educacional do país.
O desempenho abaixo da média dos aspirantes às carreiras do magistério não é novidade. Este foi o panorama apontado pelo ENEM nos últimos cinco anos. A diferença entre a pontuação dos postulantes à profissão de professor é, na média, mais de 10% inferior àqueles alunos que tentam ingressar em outras carreiras.
Vários questionamentos podem ser levantados a partir destes dados, mas queremos focar em um: por que a profissão docente parece atrair os alunos com menos preparo? É possível levantar um conjunto de hipóteses que carecem de teste para comprovação. A hipótese que me parece mais plausível é a falta de valorização dos professores no Brasil. Não me refiro aqui somente aos baixos salários – o que já afasta muitos candidatos, por si só – mas também ao status e ao prestígio da profissão, a falta de infraestrutura mínima para o trabalho em nossas escolas públicas, o excesso de alunos por turma, tornando o trabalho extremamente estressante e difícil.
A lógica perversa do ingresso de alunos menos preparados nas licenciaturas é a formação de professores com menor potencial de ajudar seus alunos a aprenderem. Isso se reflete nos dados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – ENADE. Os alunos das licenciaturas têm, na média, desempenhos inferiores aos concluintes de cursos de outras áreas em todos os estados do país, em todos os últimos anos de aplicação do exame.
No teste PISA 2018 (metodologia internacional que avalia os sistemas de ensino em todo o mundo), a avaliação dos alunos brasileiros ficou abaixo da média da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômica – em todos os itens avaliados (leitura, matemática e ciências). O Brasil ficou atrás de países como Jordânia, Chipre e Sérvia. Ficou atrás, inclusive, de seus vizinhos Chile e Uruguai. É verdade que temos tido um modesto avanço. De 2003 a 2018, o número de alunos avaliados possuindo conhecimentos elementares em matemática caiu de 75% para 68% do total de avaliados. No entanto, é uma evolução lenta e tímida, que nos coloca em situação preocupante.
De forma resumida, a educação brasileira entrou há algumas décadas em um círculo sem qualquer virtude: professores mal preparados e sem infraestrutura formam alunos que terão baixo desempenho nos exames de qualificação. Estes alunos acessam faculdades com baixa expectativa de desempenho e formam-se professores mais uma vez mal preparados.
A interrupção deste ciclo passa por decisões de governo e sociedade. Melhoria da remuneração, reconhecimento por titulação e qualificação, reorganização da estrutura de ensino, oferta de educação continuada para professores, envolvimento de pais e sociedade nas escolas de ensino básico parecem ser questões fundamentais. Resta-nos trabalhar e cobrar mais luz e foco sobre o ensino básico brasileiro.
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